O ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) faz parte do SINAES - Sistema Nacional de Avaliação das Instituições de Ensino Superior, proposto pelo atual Governo Federal, que substitui o modelo de avaliação adotado pelo antigo Governo. A estrutura do ENADE contém componentes absurdos abaixo listados, o que justifica a proposta de biocote por algumas entidades.
Lembrando que o boicote significa assinar a prova e deixar a prova em branco, colando ou não o adesivo. É obrigatório que o estudante compareça no dia e horário da sua prova.
1. Ranqueamento - O ENADE, a exemplo do Exame Nacional de Cursos, antigo Provão), realiza o categorização das universidades em 5 níveis. Sendo assim, os resultados do ENADE seriam utilizados como propaganda para o mercado, enfatizando uma visão mais produtivista do ensino em detrimento do seu papel social (identidade social da Universidade).
2. Obrigatoriedade - Torna-se um componente curricular obrigatório do estudante a realização do exame. Dessa maneira, todos os estudantes convocados devem estar presentes no local da prova, caso contrário, constará no seu histórico acadêmico a sua irregularidade. Muitas faculdades assustam os estudantes ameaçando não entregar o diploma de formatura caso este falte no dia da prova.
3. Fornecimento de Bolsas - Os estudantes de melhor desempenho no ENADE receberão incentivos do MEC (ex: bolsas de estudos). Além de avaliar individualmente cada estudante, isso gera uma competitividade entre estes.
4. Desrespeita as diversidades regionais - A prova a ser realizada é única, sendo assim, o estudante da Bahia realizará a mesma prova que o do Paraná, desconsiderando as particularidades sociais, políticas, econômicas e culturais entre estes estados.
5. Avaliação restrita - A avaliação dos estudantes é feita em apenas 1 (um) dia de prova, não levando em conta a vida acadêmicado do estudante e o processo em que este está inserido na Universidade.
6. Punitivo X Propositivo - Ao ser punitivo, o ENADE não fornece uma análise crítica e propositiva para intervenções visando sanar problemas. Universidades com baixas notas no ENADE perdem investimento federal, quando a lógica deveria ser inversa!
7. Financiamento - A avaliação prioriza a regulação e o controle do ensino superior e não o seu financiamento. Dessa maneira, o ENADE não garante a melhoria das condições do ensino público e consequentemente, não visa uma política maior de universidade pública.
8. Imposição - O ENADE foi imposto através de Medida Provisória pelo Governo Federal, não havendo, portanto, participação da sociedade no processo de construção do sistema de avaliação.
9. Desrespeita a complexidade do sistema de ensino superior do Brasil, que deve ser entendido através das sua diversidade de instituições (Universidades, Centros Universitários, Faculdades Isoladas, etc.), cada um com suas particularidades, devendo o MEC legitimar essa diversidade e avaliar de acordo com as especificidades.
10. Centralização do sistema de avaliação - A Comissão responsável pela coordenação e planejamento do exame (CONAES) é composta majoritariamente por representantes do MEC, ou pessoas indicadas por este, havendo apenas 1 (uma) representação discente, 1(uma) representação docente e 1 (uma) representação técnico-adminstrativa. Dessa maneira, o processo de avaliação é centralizador, havendo ausência de critérios para a sua composição que indiquem a participação das Instituiçõesde Ensino Superior e da sociedade civil.
75% do ensino superior brasileiro é privado, e algumas destas instituições particulares realizam cursinhos pré ENADE, para que a instituição conquiste uma boa nota no exame e receba verba federal.
Boicotar o ENADE não significa faltar a prova: Infelizmente, a presença no dia da prova é obrigatória, sendo assim, o boicote se constitui em assinar e deixar a prova em branco, colando ou não o adesivo.
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