segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Copa do Mundo é nossa.



Participei na última quinta-feira de uma reunião no Cpers sobre as obras e os impactos que a Copa do Mundo Fifa trará para capital gaúcha, e realmente a situação é bem séria.

Peguei em meu pen drive a apresentação em power point que foi exibida na ocasião, se alguém tiver interesse em saber um pouco mais sobre o assunto.


Acho que acima de tudo temos que fazer com que mais e mais pessoas tenham acesso a essas informações, principalmente para darmos apoio, e ficarmos de olho em como será feita a remoção das mais de 35mil pessoas que se estima que terão de sair de seus locais de moradia em função de obras da Copa. São 9 mil famílias, que serão removidas de vários pontos da cidade.


Além de estarmos começando a sermos reféns da especulação imobiliária novamente, que já está com as garras sobre a cidade desde antes de o ex-presida resolver dar esse presente pro Brasil, temos outras situações que são realmente assustadoras que envolvem a vinda da Copa.


Pra começar, a FiFA impõe um regime de exceção no país durante o período da Copa, como foi durante a ditadura militar. Desculpem, posso parecer paranóica, mas isso não me parece uma coisa pequena.


Na África, milhares de famílias foram alojadas em containers de lata em espaços murados para a realização das obras da Copa, e ainda permanacem lá após o evento. Pessoas que entravam em locais próximos á estadios da Copa vestindo roupas de protesto eram presas sem defesa nem julgamento, por uma polícia especial da Fifa, e ficavam enclausuradas até o término do evento.


No Brasil, algumas leis já foram, e outras estão sendo modificadas, para melhor atender os interesses dos empresários que investem na Copa.
Mudar leis só para atender a vinda de um evento já é um absurdo por si só, mas o mais difícil é entender por que até mesmo as igrejas estão recebendo isenção de imposto quando alegam estar fazendo obras para a Copa.

A vinda de megaeventos turísticos para o país pode trazer muitas coisas boas para as cidades sede, investimentos em saúde, saneamento, profissionalização de pessoal para o receptivo, cuidado com áreas protegidas e valorização de espaços da cidade, mas é muito importante que muitas pessoas participem do processo de decisão de como serão feitas essas mudanças para a recepção de tantas pessoas.


Como é a cidade que nós queremos?


Como é a Copa do Mundo que nós queremos?


Acho que as palavras-chave são informação e participação.



Charge: Eugenio Neves

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